segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O rock e o século XXI

Deixo aqui um texto que não é meu, mas que achei muito bom e gostaria de compartilhar. É de Duda Calvin, o vocalista da banda Tequila Baby. O título original é "10 anos atrás", mas não tem nada de saudosista e nada de "churumelas" pelo que passou. Tem sim uma visão crítica da realidade que se encontra o rock. 

10 anos atrás! (por Duda Calvin)

Mudou muita coisa no cenário musical nestes pouquíssimos dez anos, na história, 10 anos não são NADA, pra quem trabalha com séculos e milênios, mas na história contemporânea, dez anos mudam significativamente, por exemplo:

- Dez anos atrás o cd vendia muito no Brasil.

Muitas bandas chegavam a disco de ouro, que antes dos anos 2000, eram 100.000 cópias, depois passou para 50.000 cópias, reflexo do mercado, o download matou as vendas dos discos, a música agora é baixada, não comprada, alguns modernosos vem com este papo de música vendida por site, papo furado, o povo baixa de graça mesmo. Quem ganhou? As bandas! A música de uma banda pode ser conhecida em qualquer lugar do mundo. Quem perdeu? As gravadoras, que eram reis da música no Brasil, acabavam e formavam bandas quando quisessem. O jogo mudou.

- Dez anos atrás as rádios ditavam o que era novidade musical.

Sem a força da grana das gravadoras, as rádios agora tentam explorar os produtores das bandas, com jabá tabelado, tem rádio aí cobrando 30.000 por música rodada, foda mesmo, antes galera de rádio ganhava viagem pra Disney, Bahamas, Caribe... pro cacete!  Era época de vacas gordas,  com o fim da grana das gravadoras, a torneira do dinhero secou um pouco, rádios tiveram que se adequar, antes, tinha horário musical e horário comercial, agora é tudo horário comercial, já que a parte de música é também vendida, o povo escuta estes programas de talk rádio, tipo cafezinho pop rock, programa Pânico na Jovem Pan e Pretinho básico na Atlântida, o Ibope das rádios sobe neste horário, mas depois que acabam estes programas, o ibope baixa vertiginosamente, porque? simples, nesta hora de talk rádio, a rádio AINDA se comunica com o público, na hora do programa musical de jabá, o público não tem vez, não consegue pedir um som, a rádio só toca o que paga pra tocar, resultado: Patrocinadores querem pagar pra seus produtos aparecerem nos talk radio, na parte musical, com o Ibope mais baixo, não tão muito a fim, as rádios tão começando a se ligar nisso, e é melhor que se liguem e comecem a interagir mais com a galera. musicalmente falando.

O Garoto/Garota ou o Garoto e a Garota escutam suas novidades no youtube, no orkut, no myspace , no facebook, porque a rádio não rola aquela banda nova, rola banda que " tá paganooooooooooo", com o tempo, não vai rolar identificação do ouvinte de música com a rádio, ele não foi acostumado a isso, culpa de vocês radialistas, só de vocês!

- Dez anos atrás os shows eram em Ginásios, hoje são em PUBs.

As rádios do RS tocavam rock, e principalmente, rock feito aqui, era mais barato tu trazer uma banda do RS e colocar num ginásio, pra ter show pra 3.000, pra 4.000, pra 5.000 pessoas, agora pra fazer isso, tem que trazer a tal de Rihanna, que toca de dez em dez minutos na rádio, ou a Lady Gaga,  e convenhamos, a Rihanna, não vai  tocar em Santa maria, nem a Lady Gaga em Marau, não seria mais fácil ativar o mercado de rádio e shows com bandas do RS, SC e PR?

Tá aí uma dica pros radialistas velhos, escutem a garotada, eles querem rock, eles querem shows, eles querem dançar e cantar, cada show que faço, noto cada vez mais, que tem uma galera nova a fim de se divertir em shows de novo, mas, sabe como é nééééé?! eu NÃO sou radialista, falta radialista IR a show, e ver o que está acontecendo.


O texto na integra, com vídeos e algumas considerações pessoais vocês podem conferir no site do Rock Gaúcho.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

NÃO DEIXEM O PUNK ROCK MORRER

Bom, em uma conversa no twitter com o @neandrofc e com o @fredotarasuk comecei a pensar no passado, de como certas épocas marcam nossa vida, geralmente antes de ter responsabilidades como faculdade, trabalho e outras coisas nos afastam dos amigos e nossas utopias (tão necessárias). Infelizmente acabamos por nos adaptar/alienar ao mundo, com seus vícios ao invés do sonho de que o mundo se adaptasse à nós, que só pedíamos diversão e que todos pudessem se divertir, ou seja, um mundo melhor, um mundo de liberdade e de respeito. "Saudosismo, talvez o último ismo que tenha ficado." Disse eu na conversa, embora na época (que chamamos de "época da maconha") não sabíamos muito bem o significado dos ismos que sonhávamos, como o anarquismo. Enfim, pensei nessas coisas e muito mais, com muita saudade e muito desejo que a gurizada saiba o que fazer da sua juventude, desejo de não serem apenas consumidores de uma cultura do século XXI, mas que saibam como usar essa cultura.
Remexendo nos meus arquivos empoeirados eu achei a letra de uma música - que nunca virou música - que eu escrevi à uns 3 ou 4 anos atrás, e que nunca mostrei para nenhuma das minhas bandas, até por que não achei ela muito boa. Mas acho que esse é o momento certo.


Não deixem o Punk Rock morrer.(Koalhada Decoy)

Depois de todas as lutas
Guerras e refrões
Depois de tanta anarquia
Revolta e perdição

Não podemos nos calar
Não podemos nos entregar

Não deixem o punk rock morrer
Não deixem o punk rock morrer


E tudo que há de errado
E gera indignação
E toda miséria e hipocrisia
Nesse mundo do cão


Não podemos nos calar
Não podemos nos entregar


Não deixem o punk rock morrer
Não deixem o punk rock morrer

  @koalhada

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Primeiro

Não curto muito blogs, a não ser os de humor, mas estou fazendo este quase que por uma necessidade de escrever coisas que vejo que sinto e que penso, me arriscando entre o que é pessoal e o que é social.
O twitter talvez tenha sido o principal responsável por eu ser mais um escrevente solitário (ou não), mas lá é 140 caracteres, e às vezes é difícil de expressar as ideias. Fiquem calmos. Eu não pretendo escrever textos gigantescos aqui, apesar de às vezes me empolgar e tal, por que sei que é chato e o mundo de hoje exige que sejamos mais breves possível. A ideia é escrever um pequeno texto por semana, ou uma poesia velha ou nova que eu tenha guardo por aí. Às vezes postarei com alguma foto, ou vídeo, mas a maioria das vezes apenas letras mesmo.
As vezes eu viajo e fico sem internet ou sem tempo pra postar, isso fará com que algumas semanas eu atrase ou nem escreva nada. Não quer dizer que não esteja pensado em algo, ok!?
Também necessito a compreensão e me desculpo por estar aprendendo a mexer nesse troço, e também pelos erros de português, que, é certo, serão muitos.
Meu twitter é @koalhada. 
Senso crítico e senso de humor, explorem seu potencial!