quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Mas tu não estava no outro?

Nessas eleições recebi muitas críticas por fazer campanha para o PSOL e finalmente me filiar a um partido político – que na verdade é mais que um partido, é um instrumento de luta social, ou seja, é a oportunidade de ir além de ficar reclamando e poder agir de fato, apoiando os movimentos sociais realmente populares.

Não que eu deva satisfação pra alguém, mas gostaria de explicar o porquê da minha ida ao PSOL, ou melhor, da minha mudança de opção, visto que nas eleições de 2006 eu fiz campanha para o PT.

1. Desde que realmente comecei a me reconhecer como cidadão fui um rebelde, vamos dizer assim. Nunca me conformei com as desigualdades, com as injustiças e com os preconceitos. Isso aconteceu naquela fase que agente não é mais criança e não consegue entender esse mundo podre, medíocre, vazio e estranho dos adultos.

2. O punk me ajudou muito na formação da minha personalidade crítica, de não aceitar as coisas simplesmente por elas já serem assim, e quando entrei pra faculdade de história tive uma base sólida para essa rebeldia, este pensamento crítico.

3. O PT em Uruguaiana, e no Rio Grande do Sul até, ainda era em 2006 de esquerda, ou visto como tal, ou seja, tinha em sua ideologia a mudança, a luta pelos trabalhadores e contra os patrões e mandas-chuva da vida.

4. O PT mudou muito, fez alianças com as elites e partidos de direita (que querem manter as desigualdades e a concentração de renda), o que tornou quase que um caminho natural de muitos que mantiveram suas utopias, seus ideais, saírem do PT e entrarem para o PSOL. Isso se comprova pela própria história de criação do PSOL, quando a Luciana Genro, o Babá e a Heloísa Helena foram expulsos do PT por não concordarem com a mudança de postura de seu antigo partido.

5. Foi por aí que eu decidi também deixar o PT. Conversei com o pessoal do PDT e vi o programa político deste partido. Também vi o programa do PV e do PCdoB. E nenhum deles era tão completo e tão inteligente na maneira de se apresentar como o programa do PSOL. É um partido que quer mudar as coisas e não apenas melhorar, é um partido de luta de verdade, é um partido que representa todos aqueles sonhos que o PT deixou pra trás quando chegou ao poder.

6. Enfim, estou filiado a um partido, e com orgulho, naquele que tem por legenda o número 50, como símbolo um Sol, e como objetivo um mundo diferente. PSOL!

Em relação ao 2º turno, votarei na Dilma sim, pelo simples fato da Globo e a Veja serem cabos eleitorais do Serra e por que o PT representa estagnação/continuidade dos últimos 8 anos (incrivelmente o melhor da história do Brasil e atesto isso com meu diploma de Historiador). Já o Serra representa o retrocesso ultra-neoliberal do PSDB.

Sei que os jovens que não lembram ou não sabem como era antes do PT são indignados com esse governo Lula, e em muito em compartilho desta indignação (por isso estou no PSOL), mas podem ter certeza que antes era ainda pior, e tenham certeza também que Serra/FHC/PSDB/DEM não é uma alternativa diferente em relação à Dilma/Lula/PT/PMDB/Temer, assim como Dilma/Lula/PT/PMDB/Temer não são alternativa à Serra/FHC/PSDB/DEM.


@koalhada

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