sábado, 10 de setembro de 2011

Um Galo chamado Marica (Parte III)


O porquê do nome do galo ter sido Marica, ocorreu depois da partida do meu avô. O frangote, que já não tinha seu amigo para dormir por perto, passou a se abrigar no galpão. Entretanto, todas as galinhas do sítio pernoitavam ao relento, nos galhos das árvores atrás da casa. Ele era o único no galpão.

O frangote virou galo, e sempre dormindo no mesmo lugar. Minha avó, indignada com a falta de macheza do bicho, que sempre parecia uma criança inocente, exclamou para ele, assim:

_Seu marica, já pra fora, agora tu vai dormir no pátio, junto do resto das galinhas.

Pobre da minha avó, não se deu conta que poderia ser que o podre galinho não estivesse preparado para enfrentar esse novo desafio. O Sprupícyo nunca foi e nem seria uma ameaça de morte, pois eram dois à toa, mas os outros galos, sim.

O Marica, infeliz no batismo de seu nome e na sua nova vida no sítio, pois logo que foi para o pátio, começou a se facerear para cima das galinhas, mas pouco sucesso obteve. Talvez fosse a falta de convívio com sua mãe na criação, não sabendo como tratar uma dama como merece.

Contudo, pior que não conseguir uma namorada é ganhar um inimigo mortal. Sempre há no meio de qualquer bando aquele que se sente o “macho dominante”, o maioral, o fortão (até no meio dos humanos). Que situação estava o nosso galinho: não era tão grande e muito menos era forte.

O Marica foi encurralado. Não teve escapatória. Foi julgado à morte pelas leis da natureza. O mais poderoso sobre o mais fraco (indefeso).

Mas apesar de tudo, o Marica nos encantou, nos mostrando que é uma virtude ser um à toa na vida. Já o galo fortão, tivemos de suportar sua existência. Nem sempre a vida é aquilo que queremos que seja. A vida deve ser vivida. Temos de buscar a felicidade todos os dias, sendo à toa ou não. O Marica dava bicadas e nós devemos dar risadas!

FIM




Nenhum comentário:

Postar um comentário