domingo, 12 de dezembro de 2010

Viagem, Fatos e Reflexões IV: Domingo

Esse é o texto de domingo então, dessa série da viagem à capital do rio Grande do Sul.

Domingo geralmente é o dia que saímos com os amigos para aproveitar o dia de folga, fazer algo diferente do habitual certo? Sim, mas não em Uruguaiana.

Raramente, na minha cidade querida, há algo diferente do que ir à Praça do Barão e ficar dando voltas, curtindo a brincadeira das crianças e moléstia dos idosos. Aqui o jovem não tem vez, e quando tem, a divulgação é pouca e sem muitos recursos.

Ontem (sábado) fui com alguns amigos (Kennia, Gordinho Cristian, Felipe Estranho e Gustavo) em um bar novo em um lugar clássico (o primeiro Casarão de Rock na Rua Duque de Caxias, lá pelos idos de 2003). O nome do bar é Porto Alegre, e tudo é bastante caro em relação à chinelagem que é tem que ser o rock n’ roll, na minha opinião, é claro. Mas a banda, também de Porto Alegre (Cigarros Elétricos) era, como dize o vocalista, bastante conceitual. Alegre e esquisita.

Lá discutimos saudavelmente sobre como Uruguaiana é, digamos, atrasada, e eu fui um pouco repreendido pelas minhas opiniões. É que esses dias em Porto Alegre me fez ver Uruguaiana de longe, e ver esse atraso. Aqui pagamos caro pra ver bandas meia boca que geralmente tocam cover; detalhe, lá nesse bar a banda estava tocando músicas de autoria própria e o público não parava de pedir para eles tocarem músicas famosas.

Já em Porto Alegre, podemos estar caminhando no centro e ficar sabendo que há show de graça das maiores bandas de rock do estado, e de graça. Podemos estar passeando pela Praça da Redenção e escutar um som bom e chegar perto e ver um dos melhores shows de rock mainstream do Brasil (Nando Reis. Show muito bom mesmo).

Claro que as condições das duas cidades são bem diferentes e eu realmente detesto falar mal da minha cidade, e acredito que eu não esteja falando mal, mas fazendo críticas que possam ser construtivas. Entretanto a principal questão, no meu ponto de vista, é que lá eles valorizam a criatividade. São raras bandas que não tem maioria de músicas de autoria própria no seu repertório, isso em toda a região de lá.

E o que é tudo isso? É diversão, é lazer, são coisas para os jovens. Foram apenas alguns exemplos que eu citei, mas há realmente opções de “o que fazer” em Porto Alegre, enquanto que Uruguaiana está cada vez mais pacata, cada vez mais distante culturalmente das outras cidades. A fronteira oeste está virando o velho oeste.

@koalhada

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