segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Viagem, Fatos e Reflexões V: Poluição


Porto Alegre, cidade grande, região metropolitana, capital, capitalista. Umas das coisas que me chama mais a atenção quando chego nessa cidade é o cheiro, o ar pesado, na verdade, o fedor. Fedor de borracha queimada, de esgoto, de merda, poluição.

A poluição é evidente em Porto Alegre, e não apenas a poluição ambiental, que é critica nessa salva de pedra e não é difícil de dar exemplo disso, mas há também a poluição sonora, com aviões, carros, motos e etc., que do mesmo modo não são difíceis de exemplificar.

Porém, o que mais marca é a poluição visual, e não falo das pixações, falo sim das grandes desigualdades que se concretizam em nosso olhar. Não é difícil ver pessoas, seres humanos como nós, estarem dormindo ao lado de um banco multinacional. Vemos também com facilidade pessoas morando em baixo da ponte. Sim, isso existe ainda e no mesmo rio turistas passeiam em seus navios.

Até quando isso vai acontecer? E não me venham falar que estas pessoas que vivem nestas condições de vida estão assim por que são vagabundos por que elas não são. Eles têm profissões como pedreiros, vendedores ambulantes, e catadores (de papel, lata, vidro, etc.) e em certos casos trabalham mais de 12 horas por dia. Ou seja, trabalham o dobro do permitido por lei e vivem em uma miséria. Justo? Vagabundos? Creio que não né!?

De todas as coisas que acontecem pela capital o que fica é isto. Esse pensamento de capital, de capitalista. Pessoas se acomodam em sua situação acreditando que o fracasso é fruto de sua própria sorte. Claro que em muitos lugares esse pensamento é o mesmo, mas fica mais explícito, e com imagens que marcam mesmo, nas grandes cidades.

A culpa dessa sujeira, dessa poluição visual não é de um, não é sua, na é minha. É uma culpa nossa, coletiva, da sociedade que construímos juntos, mas que do mesmo jeito podemos questiona-la, criticá-la e supera-la, levando-a à um patamar realmente mais humanonão perfeito, apenas humano.

@koalhada

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